segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Nós queremos a PAZ.

Nós queremos paz.
A frase mais ouvida nos últimos dias. Talvez a mais postada nas redes sociais.
Onde está a paz que você busca? Certamente não está em Gaza. Pois podem parar os rojões e baixarem as armas, que você continuará a discutir com seu vizinho todas as vezes que ele estacionar em seu portão.
Veja bem, não quero propagar a ideia de que a guerra está legal. Só estou querendo dizer que a hipocrisia é algo que me incomoda um pouco.
Se você não é capaz de manter a paz em sua casa, em sua família, em seu trabalho, está o tempo todo com a arma na mão, pronto para atacar alguém e não aceita opiniões contrárias as suas que lá vai acusar, apontar e ofender, me diz com que base poderá julgar a guerra entre Palestinos e Israel?
Óbvio que ninguém quer comparar sua briga de vassouras com a irmã com a briga entre os países citados acima, sabemos bem a proporção que cada uma tem e os impactos que causam para o mundo.  Contudo, o que insinuo é que qualquer conflito é gerado por pessoas e essa é a doença do mundo: As pessoas! Que não sabem ouvir, que não sabem dialogar, que não sabem aceitar a palavra do outro como sendo a palavra final. É preciso nos curar internamente, somos todos doentes (me incluo nisso, ok?!), adquirimos alguma doença viral da razão, onde você, se não concordar com esse meu texto, já vai torcer o nariz e falar por aí coisas a meu respeito. Ao invés de simplesmente ler e entender que não preciso ter uma opinião igual a sua.
Se olharmos lá dentro e tentar tirar o bichinho da vaidade, aquele que diz no nosso ouvido: “Ei, você está certo, agrida ele”, talvez possamos entender que só a paz verdadeira vence a guerra.
Aquela paz que a gente cria, por saber que no mundo tem espaço para todas as pessoas e o que torna tudo tão bacana é o fato de sermos tão diferentes. Sabe aquela paz que a gente não pede? Aquela que não gritamos? Aquela que nasce quando aceitamos ser nós mesmos e amar o outro pelo que ele é, mesmo ele gostando de comer Jiló com Jaca mole.
Se pararmos de travar pequenas guerras no nosso dia a dia, na fila do banco, no almoço em família, com o filho, com o marido, com o colega do trabalho, já estaremos trilhando um bom caminho para o começo da PAZ.
Nós queremos a Paz. Detemos a paz. Sem saber.




quarta-feira, 11 de junho de 2014

No meio do caminho tinha um gato

Hoje eu salvei um gato.
Salvei sua única vida.
Entre tantos transeuntes que por ali passavam, viravam seus olhos e fingiam não ver. Alguns tão focados em suas rotinas que realmente não viam. Ali naquela avenida aquele montinho de pelo encolhido, assustado, às margens da preciosidade do tempo humano.
Como um fruto podre. Ele estava ali. Carros desviavam bem em cima, alguns olhavam com dó, outros com raiva, alguns com medo. Um fruto podre que fora desprezado pelo humano e agora estava ali, esperando o seu destino chegar.
Talvez tivesse ainda um pingo de forças para levantar-se e mover-se. Mas talvez temesse o que aconteceria depois, passaria fome, frio, sede, medo... Melhor seria por um fim a tudo isso e ficar ali no meio da avenida, esperando que um distraído viesse e acabasse com a agonia da incerteza.
Eis que o vi, encolhido, sujo e sangrando. As lágrimas vieram à tona por pensar mais uma vez na crueldade humana. Desviei meu caminho e acolhi esse serzinho em uma blusa que tinha no carro. Tomei-o para junto de mim e decidi que o salvaria.
Seus olhos me olharam como se vissem a esperança. A esperança de viver, a esperança de encontrar um lar, a esperança de um alimento ou a esperança de ser tirado ali, da morte.
Não relutou. Senti seu corpinho totalmente entregue em minhas mãos, como quem ainda confiasse na raça humana. Sua única opção talvez. Ainda confiar na raça humana.
Ele tinha cheiro de abandono, de quem não consegue mais controlar suas próprias necessidades fisiológicas, salivava muito e sangrava. Um sangue vivo, recente. Marcas da irracionalidade do homem.
Os olhos lacrimejavam como quem chorasse, talvez chorasse mesmo. Um choro de medo, dor e alívio. Quando seu olhar cruzou com o meu pude ver o quanto estava grato. Por eu ter voltado, por eu ter dado a ele uma oportunidade, por eu ter visto outra coisa em meu caminho que não fosse o relógio, ou por eu ter pensado em algo que não fossem os meus problemas.
Hoje eu salvei a mim mesma.
Salvei minha única vida.
E peço a Deus para que continue me salvando, todos os dias.


sábado, 10 de maio de 2014

Mãe


Ela não tem pinta de heroína, passa despercebido pelas ruas e ninguém sabe sua história ou o que passa em seu mundo.
Sim, ela poderia ser personagem principal de um filme de ação, ou de romance, de comédia e até algumas vezes de suspense.
Ela nada tem que a faz diferente das demais.
Na adolescência teve as mesmas experiências que a pouco pediu, lutou, gritou para que você não tivesse. Egoísmo? Não, proteção. Ela sabe onde errou. E sabe as consequências que isso lhe causou. Fará de tudo para que você não repita os mesmos erros. Mal sabe ela que não tem jeito. Você prefere aprender pela vida, é mais desafiador e algumas vezes mais atraente. Mas você sabe que ainda assim, ela estará lá para quando seu mundo desmoronar.
Ela teve sonhos, você provavelmente esteve presente neles. Assim como você, ela ia chorar em algum canto escondido quando nada dava certo. Sim, ela tem um coração que chora, embora você sempre a viu sorrindo.
Sonhou encontrar o príncipe encantado, se iludiu algumas vezes e quando julgou encontrá-lo se uniu a ele para ter você. Esse príncipe que você chama carinhosamente de Pai, pode até não ser mais o príncipe dela, mas em algum lugar de seu coração a gratidão dela por ele ter lhe dado você, sempre existirá.
Quantas vezes ela não soube o que fazer quando você chorava. Em seu interior se questionava se estava sendo boa o bastante.
Como foi duro ter de dizer não quando você pedia um presente caro, algumas vezes era difícil atender todos os seus pedidos, mas aquele "não" que era tão duro aos seus ouvidos era tão dolorido no coração dela.
E quando você, no mercado, pedia infinitos doces, tão estrategicamente expostos aos olhos de uma criança, e ela, com o dinheiro apenas do pão, tinha que lhe explicar os motivos.
Todas as manhãs, quando ela saía para trabalhar levava consigo a esperança de poder lhe dar aquilo que ela não teve. O dia era longo e você não entendia porque precisava passar tanto tempo longe dela. A noite, quando você ainda queria brincar, essa mulher guardava seu cansaço e ia atender seus chamados.
Você não sabia, mas quando a chamava para levar você ao banheiro de madrugada, imaginando que era imune aos fantasmas e monstros, ela também temia o escuro.
Ela brigou com você para não falar palavrões, ela correu atrás de você pela casa com a vassoura na mão, ela gritou tão alto que todos da vizinhança escutaram, ela quebrou a porta do quarto, quando você ousou se trancar dentro dele e quase te atirou um prato de vidro na cabeça. Aparentemente atitudes de uma pessoa desequilibrada, mas ela tem “licença materna” para fazê-lo, para tentar fazê-lo um ser humano melhor.
Quantas vezes através de seus atos ela te mostrou que o mundo não estava aos seus pés, que as coisas nem sempre sairiam como você planejou e que era preciso acreditar em Deus e preservar a família. Hoje, quando você olha para trás e vê seu caminho, entende para que serviram os sermões.
Essa mulher precisou de muita coragem para suportar a vida. Ela precisou abrir mão de sua vaidade inúmeras vezes, precisou abrir mão de sua vida. Precisou fazer dupla jornada para te dar o que comer e para te fazer um adulto de sucesso. Não pensem que isso foi fácil, ela é uma mulher normal.
Aqueles sonhos da adolescência dela, ainda existem, mas há tempos ela deixou de sonhar seus sonhos, para viver os seus.
Não a chamem de heroína, de guerreira, de mulher maravilha. A chamem de mãe. É assim que elas gostam de ser chamadas. Nenhum outro nome poderia descrever tão bem aquilo que ela viveu uma vida inteira.
E querem saber se essa mulher, com poderes de voltar no tempo faria tudo diferente? Eu nunca perguntei para minha. Mas sinceramente, eu temo que não. Pois nada é mais gratificante nessa vida do que podar dar a  sua vida para que seu filho possa viver.
P.s: Mãe eu te amo.





sábado, 26 de abril de 2014

Gatos Amados


Hoje vi em meu face uma determinada pessoa (que obviamente já foi excluída), falando que gatos são do mal, são cruéis e demais comentários infelizes a respeito dos bichanos.
O meu objetivo não é julgar apenas baseada no amor que tenho por esses felinos, a pergunta é: Quantos gatos o sujeito já viu maltratando alguém? Quantos deles já foram pegos falando mal e julgando seu próximo? Por acaso você já viu algum gato planejando destruir o outro apenas para seu próprio benefício? Alguém aí já viu um gato te abandonar porque o pote de comida dele está vazio? Ou até mesmo já viram um gato fingir amor por você e falar mal de você pelas costas? Como ousam vir dizer que gatos são traiçoeiros, interesseiros e até além: Maléficos? Desculpem-me, mas vocês são humanos ignorantes, que não conseguem olhar para o próprio umbigo, passam horas do dia manipulando pessoas, sendo falsos com o próximo, maltratando seu irmão, trabalhando cada dia mais seu egoísmo, se aproveitando das pessoas que tem algo a lhe oferecer fingindo até mesmo amor por elas, usando pessoas como se elas fossem descartáveis, virando o nariz a semelhantes que mais precisam de seu amor. O que vocês são mesmo? TRAIÇOEIROS, INTERESSEIROS, DO MAL.
Parem de julgar seres indefesos que sofrem na mão das pessoas preconceituosas, que por vezes chegam até os extremos de maltratá-los até a morte. Imagine se Deus resolve julgá-los como julgam os gatos, já pensou nisso? Gatos são SIM seres amáveis, companheiros, amigos, carinhosos e AMAM SIM os seus donos, com um amor que a raça humana não consegue conhecer, pois ainda estão muito aquém desse nível de pureza e liberdade.
Se não gostam de gato ou não gostam do que falei, não venham aqui, mas me poupem o trabalho ou a decepção de ler no mural de vocês tamanho besteirol a respeito de assuntos que não conhecem.
Adotem um gato, passem uma semana com ele e depois revejam a opinião sem fundamento de vocês.
Aprendam a amar com os animais.
Ass.: Monike de saco cheio desse preconceito imbecil.




sexta-feira, 11 de abril de 2014

Vamos combinar assim?


“A vida só muda quando você muda.”
Essa frase tão clichê não deveria passar despercebida, pois o que ela tem a dizer poderia mudar o mundo. Não o mundo todo, mas o mundo das pessoas.
Quando a gente tá pra baixo, ou está passando por alguma dificuldade, a tendência é se abater, isso é universal. Mas o que não percebemos é que quando isso acontece o poder de mudar a situação só depende de nós e vencer uma guerra com soldados cansados e deprimidos não é possível. Deixe para ser abater quando o momento for de glória. Só se pode descansar quando a guerra acaba. O ápice de uma batalha é dado quando os seus combatentes estão com mais garra e mais fortes. Nesse momento é que se define quem vai ganhar essa guerra.
Por isso, se você está vivendo em um campo minado, não é o momento de se abater, mas sim o momento de se levantar e lutar.
De nada adianta se acomodar na sua vidinha e inventar desculpa para si mesma de que não é mais possível, de que já tarde. NUNCA é tarde. A mudança que você espera está em você e se você não for buscá-la ninguém fará isso em seu lugar. 
Se está difícil, complicado, parece que não tem solução. Então essa é a hora de bolar estratégias e agir. Quem não sai do lugar não vai a lugar nenhum, meio óbvio né? Mas poucas pessoas entendem isso.
O que leva inúmeras pessoas a se acomodar nas situações é o medo. O medo é pior sentimento que existe, ele cria em nós outros sentimentos que só tendem a nos deixar mais estagnados, como por exemplo, a covardia e o gosto pela inércia.
Não vai ser fácil, nunca é. Sair da nossa zona de conforto e mudar tudo pode ser assustador, mas só conhece o gosto do novo aquele que ousou deixar o velho. Ousadia, talvez seja essa a palavra de ordem, deixar para trás antigas histórias, planos afundados, coisas velhas a que nos apegamos. Quanto às pessoas? Pessoas nunca são deixadas para trás, sempre seguem conosco pela vida, pois estas são movidas por sentimentos, sentimento é espiritual, nunca morre. O que nos prende ao velho é puro materialismo, apego pelas coisas vãs da vida.
Portanto se despeça de seu materialismo, sempre é hora. Olhe para trás e veja tudo aquilo que você perdeu por se apegar ao que já não era mais seu. Coloque sua melhor roupa, olhe no espelho, veja as marcas que a vida já lhe causou e ouse retribuir. Faça marcas nela também. Marcas profundas, corajosas e vitoriosas. Ainda é tempo. Mude.



quarta-feira, 2 de abril de 2014

Como é doce ser mulher


 "Ser mulher é para os fortes. Acredito que não exista no mundo um só homem com o equilíbrio mental e físico para ser mulher. A gente tem que cuidar da saúde, do corpo, da mente, das crianças, do marido, da casa, do trabalho, do salto, do coração, da panela, dos animais de estimação, das roupas, das "piriguetes", das cobras, dos amigos, do cabelo, do mercado, da academia, dos pés, das mãos, dos hormônios, do útero, das inseguranças, dos medos, dos chefes... E, além disso, temos que ser fortes, corajosas, inteligentes, sedutoras, compreensivas, pacientes, cozinheiras, massagistas, sexólogas, conselheiras, zelosas, lindas, cheirosas, atraentes, simpáticas... No final do dia ainda temos fôlego para ser mais do que o mundo nos exige. Nós temos capacidade de sempre sermos mais. E se encontrarmos uma barata no caminho? A gente pisa e segue em frente, não temos tempo a perder. Mas se nosso "macho alfa" estiver por perto... Ah... Daí a gente grita, faz cara de nojo e sobe em um lugar bem alto, porque a Mulher sempre há de ser mulher”.




quarta-feira, 26 de março de 2014

Fiu, Fiu!


Em mais uma das minhas andanças pela internet, chego ao site do IG e encontro uma enquete.
A pergunta aos internautas é a seguinte (baseada em fatos reais): Como evitar que a mulher seja assediada nos transportes públicos? As opções: a) Roupas menos ousadas, b) Mais segurança e c) Áreas ou vagões exclusivos. 
Tamanha ignorância e retrocesso sugerir que deixemos de usar a roupas que queremos para não sermos assediadas.
Enquanto esse tipo de pensamento existir, a mulher sempre será um ser inferior.
O que eu visto não quer dizer o que eu sou. Se eu quiser ir pelada à rua, simplesmente porque não estou afim de me vestir, nenhum homem terá o direito de sequer encostar em mim, nem mesmo os policiais no momento de me prender por atentado ao pudor.
Alguns homens assediam as mulheres porque vivemos nesse mundo nojento onde o sexo forte impera e faz o que quer com o sexo frágil. Cresceram ouvindo que a mulher é um ser comestível e que ele é um predador atroz.
Este não é um texto feminista, não estou aqui defendendo as mulheres “doa a quem doer”, estou aqui como um ser humano livre, em um país que deveria ser livre.
Estou tentando conter toda minha indignação interna para expressar de uma forma menos dura, que não importa a roupa que eu esteja usando, o batom que eu passei ou o tamanho do meu salto, aqueles que querem esfregar seus pintos órgãos genitais nas mulheres ou passar a mão nelas, devem ser punidos de forma severa.
Segurança é de praxe, deve existir independente do assédio. Vagões exclusivos só servem para afirmar que temos um problema social. A opção “d” deveria ser: Leis que defendam a mulher de um assédio. E quando eu digo assédio, incluo o simples “fiu, fiu” inconveniente na rua, aquele que constrange e que algumas vezes até amedronta.
Para minha desolação total, vejam abaixo a resposta que estava ganhando.
De acordo com 891 brasileiros, as mulheres devem evitar usar a roupa que querem para que não sejam assediadas. Em breve, talvez nos coloquem uma burca e nos proíbam de ir às ruas para evitar estupros.

sexta-feira, 21 de março de 2014

Redes Antissociais


Navegando na internet, vi uma propaganda de um aplicativo que ajuda o casal a fazer uma “DR”. Com este aplicativo, a mulher pode estar no quarto e o homem na sala e conseguem “resolver” seus problemas sem alterações na voz, lágrimas e sacrifícios. Emocionante, não!? 
Eu realmente gostaria de saber qual foi o exato momento em que deixamos pra lá o nosso lado humano e permitimos que a tecnologia influenciasse em nossas vidas dessa maneira. De certo, ela oferece muitas coisas grandiosas, mas acho que ainda assim eu gostaria de voltar no tempo e impedir o homem de retroceder evoluir tanto assim.
Sinto saudades de uma época em que o receber uma carta de um amigo que mora longe era ainda mais importante do que quantas curtidas sua Selfie tinha no Facebook.
Certa vez, enquanto tomávamos café da manhã, eu e meu marido, eu com o pão na mão e o celular em outra. Ele calado, comendo seu pão, em determinado momento virou-se para mim e disse: - Porque você não escreve um texto sobre como a internet interfere em relacionamentos? Certamente ele estava querendo me atentar para o fato de que eu estava vidrada na rede social em um momento tão importante do nosso dia.
Neste dia fui trabalhar buscando inspirações para falar sobre o tema, mas sempre que escrevo sobre algo eu procuro vivenciar aquilo e sinceramente não gostaria de deixar esse hábito.
À noite respondi a ele: - Não posso escrever sobre algo que não vivo. Não seria sincero nem comigo e nem com os leitores.
O que eu quero dizer com isso tudo é que sabemos o quanto somos manipulados por essa infestação de redes sociais, mas não queremos nos livrar disso, não vou escrever sobre o quanto é ruim passar seu tempo livre de frente para o computador ou celular, ou sobre como se livrar disso, não tenho moral para isso. Mas vou tentar falar para vocês o quanto isso pode ser ruim para nós, se usado em demasia.
Tente se lembrar de quando não existia Whats App. Quando você sentia saudades de alguém, ou queria mesmo só fofocar, o que fazíamos? Pegamos aquele telefone com rodinhas, em que tínhamos que colocar o dedinho dentro dos buracos para discar e ligávamos para nossos amigos, se não prestássemos atenção íamos horas a fio de papo, a gente sabia pela voz do outro se estava tudo bem, se ele estava feliz. 
Quando o Instagram ainda não havia sido inventado, nós tirávamos fotos dos eventos e revelávamos para mostrar aos mais queridos. Não havia necessidade de ostentar nada, de mostrar o prato, de despir a alma. Era ali só uma lembrança de um momento feliz.
Como era gostoso se reunir com os amigos na calçada de casa, reunir para assistir filme, fazer festa americana, cada um levava um prato de comida e a festa rolava até altas horas. Se alguém tirasse uma foto sua bêbada, ia virar chacota entre os amigos e não vergonha no Facebook.
Estamos hoje inteligentemente burros. Como aquele programa de TV em que as pessoas entravam nas cabines e sem ouvir o apresentador escolhiam entre trocar um prêmio pelo outro. Imaginem só: “Pessoas, vocês querem trocar o diálogo com seus filhos por mil curtidas na sua foto no trabalho? –SIIIIIIIIIIIIIIIIM. Vocês trocariam 10 conversas do Whats App por um almoço em família, com todos na mesa e sem telefone? –NÃOOOOOOOOOOOOO.”
Seria cômico se não fosse trágico.
Vamos compartilhar mais sorrisos, mais abraços, beijos. Vamos compartilhar uma vitória, uma conquista, ou até mesmo uma derrota.
A vida real é muito mais divertida, todos sabem disso. E não precisamos nos preocupar em fotografar ela o tempo todo para mostrar para todo mundo. As lembranças devem ficar no coração, serão lembranças mais sinceras e mais eternas. Tudo que fazemos para mostrar aos outros é vão. No final das curtidas o que vai ficar é aquilo que se viveu no momento.  


terça-feira, 18 de março de 2014

Espelho, Espelho Meu


Nós mulheres ao nascer deveríamos receber ao invés de um tapinha no traseiro, um belo espelho frente à face. Mas sabe que eu acho que ainda assim choraríamos? Sortudas seriam aquelas que ao se olhar no espelho, todas descabeladas, roxas e melecadas por aquele líquido gosmento sorrissem, gostassem do que estavam vendo, porque sábias seriam por saber que naquele momento estavam no melhor estado que poderiam dada a circunstância.
Não é o fim do mundo encontrar uns defeitinhos em si mesma e querer sempre melhorar, pelo contrário, devemos sempre buscar o que melhor agrade nosso próprio olhar. Porém, se você se olha no espelho e não consegue sentir amor por você mesma, precisa ficar alerta!
É tão lindo quando encontramos a liberdade de ser aquilo que somos, não digo isso só fisicamente não, algumas vezes a aceitação precisa ser internalizada para que possamos enxergar.
A auto estima aumenta o amor que cada uma de nós carrega por si mesma, é o tal do amor próprio, aquele que irradia, que faz a gente flutuar, sentir borboletas no estômago. Quando a gente carrega esse amor todo dentro de nós, não há mal que nos atinja.
Quando a gente ama alguém de verdade, não permitimos que nenhuma outra pessoa possa ferir o coração do ser amado, nem mesmo diminuir, humilhar, maltratar essa pessoa, não é assim? Pois então, quando a gente se ama, viramos defensoras de nós mesmas.
A sociedade tem um tipo de mulher definido: Ela é branca, magra, heterossexual, trabalha, malha, estuda e é de classe média alta. Nós mulheres, sabemos que existem mil possibilidades de combinação desse estereótipo pré-definido não sei por quem. E daí se você é gordinha, negra, albina, lésbica, magrela e tá afim de sair pelo mundo ao invés de estudar?  Se você gosta de frequentar a academia todo dia, assiduamente, perfeito! Mas se você não gosta de malhar e prefere caminhar no parque, ótimo também! Se você ama se maquiar ou se você odeia, que importa? O que vale mesmo é como você se sente dentro desse corpo. 
Crie um bloqueio com seu amor e não deixe ninguém te ferir. Acorde todos os dias olhe para o espelho e mesmo descabelada sorria. Sorria para você. E antes de sair, olhe para o espelho de novo, ele vai sorrir de volta.

quinta-feira, 13 de março de 2014

Poema para o amor


Dividir a cama e o coração. Deitar no colo em cima do colchão.
Pegar um edredom bem grande e repartir, ainda que no meio da noite você não queira dividir.
Demorar a dormir só para o dia não acabar, pensar em ir embora, mas logo querer voltar.
Sentir aquela saudade durante o banho, mesmo ele estando logo ali no outro cômodo.
Cozinhar com apreço e carinho, mesmo que ele não coma como você imagina.
Sentir vontade de explodir, mas ao mesmo tempo só querer estar ali.
É como se fosse sempre inverno, com chocolate quente, filme e caramelo.
Sentir que não haverá mais ninguém nesse mundo todo que te faça tão bem.
Usar aquela blusa velha, amarrar o cabelo e ainda ver os olhos dele brilharem por você.
Fazer cócegas, contar piadas e guerra de travesseiro, até para ser criança é preciso não ter medo.
Brigar por ciúmes e vê-lo chorar, é difícil suportar.
Ao fazer as pazes, beijos sem pudor, não existe briga que vença o amor.
Imaginar velhinhos, sentados lá na praça, como é lindo ver que nunca acaba a graça.
Nas dificuldades saber quem procurar, todos nós precisamos de um lar.
As coisas simples que ele te dá, a vontade é de gritar, dizer a todos que ele é seu par.
O amor é engraçado, não faz trato, nem avisa, sorte daquele que percebe sua incrível visita!


terça-feira, 11 de março de 2014

Nossos ídolos não podem ser os mesmos


Ao abrir o site de notícias hoje pela manhã me deparo com a incrível declaração de nosso “Rei” Pelé:
“– Como brasileiro, eu fico triste. Temos duas grandes oportunidades de mostrar nosso país ao mundo com a Copa e os Jogos Olímpicos (em 2016 no Rio de Janeiro). É uma oportunidade para o país ganhar dinheiro, de desenvolver o turismo e é importante que as manifestações não estraguem tudo isso, então vamos trabalhar duro – disse Pelé, em entrevista à agência AFP.” (Fonte: http://www.lancenet.com.br/minuto/Pele-pede-tregua-manifestantes-estragar_0_1099090231.html, acessado 11/03/2014 às 11:03)
Eu, como brasileira, fico como Pelé?
Sinceramente não parei para pensar ainda nos benefícios que a Copa do Mundo poderá nos trazer e talvez por isso eu não seja a melhor pessoa do mundo para escrever sobre o assunto, o fato é que não consigo me calar.
Se por um lado não consegui identificar os benefícios, por outro lado os malefícios eu sei de cór.
Temos milhões gastos nesse evento, que irá acontecer no nosso país em um momento não muito oportuno. Não temos escolas decentes para nossos filhos, nem hospitais capazes de nos oferecer uma esperança de sobrevivência, segurança é item de primeiro mundo e por aqui não temos muita, morrem centenas de inocentes todos os meses, sair para trabalhar virou quase que um esporte radical: Adrenalina pura! Somos roubados pelos bandidos, pelos “mocinhos” e pelo governo. Pessoas ainda passam fome no país do futebol... E não é fome de bola. Nossas ruas são esburacadas, nossos transportes coletivos precários e nossos políticos são umas comédias (Alguns no sentido literal da palavra).
É esse o país que você quer mostrar ao mundo, Pelé?
As manifestações acontecem para que nós, brasileiros, possamos ver o nosso país de uma maneira diferente, elas nos trazem esperança, nos dão a sensação de que não estamos sozinhos nessa luta. Estamos lutando por um Brasil que queremos ver e viver ao invés de mostrar para o mundo.
Nós, brasileiros, ficamos muito tristes. 



sábado, 8 de março de 2014

A irracionalidade nos aproxima da fé


Eu tentei por 4 dias seguidos escrever algo sobre a fé.
Não queria falar nada que fosse clichê ou que tivesse tendência religiosa, quem me conhece sabe que não tenho religião, contudo não canso de propagar a minha fé em Deus.
Escrevi coisas sobre a fé cega, mas concluí que todas elas são cegas, pois a fé, nada mais é do que você acreditar em algo que não vê e então passei a pensar mais sobre a cegueira que atinge milhões de pessoas que acreditam com o coração numa força muito maior do que as que conseguimos enxergar e tocar.
Depois de muito apagar o meu arquivo Word e salvá-lo com algumas palavras soltas sem muita coerência, cheguei a uma única explicação: Para falar da fé, eu preciso em primeiro lugar não ser tão racional, não adianta eu querer usar as palavras certas e dar explicações teóricas sobre como devemos ter fé, em que devemos acreditar veemente ou porque devemos crer naquilo que não vemos. Sim, é preciso não ter explicações, não existe um manual de instruções, não existe racionalidade em crer no invisível.
Deixei de lado toda formalidade e todas as palavras lindas que havia escrito, deixei a minha folha em branco e simplesmente senti. Senti sem regras, sem medos, sem vergonha. E pela primeira vez em minhas escritas eu estava sendo irracional.
A fé nos obriga a sentir dessa forma, em todos os momentos que temos fé não temos medo, existe uma força muito maior que nos sustenta e que não vem de nós, ela vem através de nós. Com a fé nos surge uma coragem de enfrentar nossas dores e a vontade de lutar, mesmo sem saber o que irá ser do nosso amanhã. Não há como sentir tudo isso sendo racional. A racionalidade nos afasta da fé.
Acredito que até mesmo dentro dos Ateus e dos Agnósticos existe uma fé muito grande, mas eles são ligados à razão, o que faz com que duvidem e questionem aquilo que não pode ser explicado.
Normalmente quando passamos por momentos de sofrimento, deixamos aflorar nosso lado mais animal e confiamos nas mãos daquilo que não vemos e que não conhecemos. Eu digo animal, pois os animais são assim, confiam sem conhecer, amam sem esperar nada em troca, apenas acreditando que aquele que lhe estende a mão tem boas intenções e pretende amá-lo também.
A fé, em todas as suas formas e manifestações é o sentimento mais puro, em que depositamos o nosso eu mais verdadeiro e o que mais nos aproxima da paz. 

quinta-feira, 6 de março de 2014

As mulheres do dia


O dia internacional da mulher nasceu de um dia triste.
Operárias de uma fábrica em Nova Iorque fizeram manifestações para reivindicar melhores condições de trabalho e salários equivalentes aos dos homens, que realizavam a mesma função e recebiam até o dobro das mulheres.
A manifestação foi reprimida e as mulheres foram trancadas na fábrica, que foi incendiada. Muitas morreram carbonizadas.
O dia 08 de março deveria ser o dia em que mais uma vez a mulher foi tripudiada, diminuída e atacada ferozmente pelo “sexo forte”.
Não é um dia feliz. É um dia em que todas nós deveríamos ir às ruas e reivindicar melhores condições de trabalhos, salários equivalentes aos dos homens, que muitas vezes exercem a mesma função e recebem o dobro.  Neste dia, deveríamos sair e mostrar a todos que se iludem com uma minoria que os problemas continuam.
Certamente, de 1857 para cá muita coisa mudou, mas dói saber que muita coisa continua igual.
O que muitas não sabem é que nós ainda estamos na luta de direitos iguais, aquela luta de ir à praça e queimar sutiãs, criadas pelas nossas antepassadas ainda não acabou. Tudo bem que não vamos sair por aí queimando nossas roupas íntimas, não pegaria bem, mas nós precisamos lutar todos os dias para termos toda nossa dedicação reconhecida e, sem querer, fazemos isso de forma inconsciente.
Quem aí nunca ficou estudando até de madrugada para entregar o melhor trabalho da turma? Quem não precisou cobrir as pernas ou o peito em uma reunião de trabalho para que pudesse ser realmente ouvida? Quem nunca falou sem medo que não sabe cozinhar e que odeia passar roupa?  Vai dizer que você nunca precisou se defender de algum acéfalo que insiste em dizer que mulher só sabe pilotar fogão?
São resquícios de um tempo que não acabou.
Ninguém vai nos trancar em algum lugar e atear fogo. Mas alguns vão, dentro de casa, sem que ninguém veja, espancar suas mulheres até que sangrem o corpo ou o coração. Essas mulheres não vão se defender, porque não podem viver sem eles, não podem porque a sociedade não lhes deu os direitos iguais que ela conseguiu há muitos anos atrás, naquela praça.
As que forem se defender, terão de contar com a sorte de que eles não a encontrem mais no mundo depois de pagarem sua cesta básica por 1 ano.
Não irão queimar nossas peles, mas queimarão nosso orgulho ao dizer que não podemos trabalhar e que devemos ficar em casa e criar os filhos.
Eles irão esconder nossos rostos por detrás de panos e nos proibir de votar.
Criarão um ritual de isolamento para todas as mulheres no período da menstruação, para que não toquem em ninguém e fiquem enclausuradas sem comida e sem higiene, suscetíveis a doenças e a morte.
Tudo isso acontece todos os dias no mundo, mas estamos preocupadas demais com os direitos que adquirimos somados aos que já tínhamos e não temos sequer tempo de queimar umas peças na esquina.
Neste dia 08 de março, eu estou de luto, e você?

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Carnaval

Carnaval a época dos solteiros... Será? Eu vivi solteira em muitos carnavais e posso assegurar que não é a época mais adequada para se encontrar um grande amor. Aliás o mal da solteirice é ter o incrível dom de desnudar nossa alma, parece que existe uma força maior por trás da solidão que diz: Vamos mostrar para todos suas feridas. E em pouco tempo, sem sentir la estamos nós falando sobre nossas frustações nas redes sociais, a um desconhecido ou pior para um paquera. Talvez a ausência de um outro alguém que nos cure nos faz pensar que somos incuráveis e aceitamos viver com essa dor. Passamos então a reinar soberanos dentro de nós, seria bom se fosse livre e sincero, mas não é. A noite nos encontramos com nosso eu de verdade e nos preparamos para nos reinventarmos novamente no dia seguinte, depois de muito chorar, é claro! Não desnudem suas almas, não exponham suas feridas, não se encham de si. É tão bom se encher de outra pessoa. Para encontrar alguém que enxergue o que traz por dentro, faça valer o que é de verdade. Espere sem defesas e irá encontrar alguém que irá reiventar seu amor todos os dias.

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